quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Ponte Romana de Bemposta a Ruir


Por Bemposta passava uma importante estrada romana Legionária, partia de Mérida (Emérita, Capital Romana), ligava Idanha-a-Velha (Civitas Igaeditanorum) e passava por Medelim, Bemposta, Pedrógão S.Pedro, sulcava por Mata da Rainha, Quintas da Torre (Antiga, Torre dos Namorados), Capinha (Talabara), Caria, Belmonte, Valhelhas, Manteigas, Vila de Crasto ou Crasto Verde, Paços da Serra, sendo dela o principal objectivo Viseu (Talabarica).
Por isto, construíram a ponte romana entre Bemposta e Pedrógão de S.Pedro, á velha ponte romana, sobre a ribeira das Taliscas. Cuja sua construção se aponta para o ano 105 d.c, dado a uma inscrição na ponte romana de Alcântara (em Espanha). Ao longo dos anos a ponte romana da ribeira da taliscas, a sua sorte tem sido pouca, tendo sofrido sucessivos atentados. Quando a construção da nova ponte, o seu segundo arco foi destruído pelo empreiteiro, que levou pedras (“cantarias com legendas”) e só não levou o resto porque a população se opusera. O que restou foi apenas um dos arcos, de volta perfeita, com grandes aduelas regulares de granito.
A ribeira, com as invernias, foi-lhe afundando cada vez mais os alicerces, acabando por defender-lhe a aba direita.
Em 1979, no 1º Colóquio de Arqueologia e Historia do Concelho de Penamacor, já, Joaquim Candeias da Silva, alertava para o que restava merecia toda a atenção de eventuais reparações e até reconstruções. No seu estudo fez o seguinte relato: “ Entre estes, vimos algumas pedras de aparelho com decorações geométricas, ou com enigmáticos sulcos (letras?), outras com orifícios, e ainda um malhão de grandes proporções”.
“Pela margem direita lá corre ainda, a dar, acesso ao edifício abatido e também já em decomposição ao longo dos seus cerca de 20 metros de extensão, um troço de via romana de estrutura clássica. Foi junto dela que recolhemos um cutelo inegavelmente romano, sob a forma de uma lâmina de ferro com 29 cm de comp., 6 de larg. Máxima e 0,5 de espessura Max. – Utensílio doméstico ou arma de guerra legionária? Também num e noutro lado da ponte apanhámos fragmentos de tegulae e lateres de diversas espessuras.”
Hoje, toda a sua estrutura encontra com profundas fendas, sem argamassa. Ao longo do leito da ribeira encontra-se pedras pertencentes a sua estrutura a esmo de qualquer mão alheia. Para além disso encontra-se envolvida numa repleta floresta de salgueiros, silvados e entulho, sem condições de qualquer visita possível.
Caso a sua intervenção não for breve, acabará por desabar um dos mais importantes monumentos históricos do nosso Concelho.
Este é apenas um dos casos de Património Cultural desprezado em Bemposta, porque toda a aldeia este em profunda desmesura, basta passar pelo centro da aldeia para se percepcionar isso.
Por fim deixo a lembrança de que o presente se enraíza no passado que herdamos e temos como obrigação sagrada de o preservar, partilhar e dar a conhecer aos outros.

Daniel Lopes

1 comentário:

Anónimo disse...

Vexa nao sabe que as verbas da camara e junta nao se podem gastar nestas coisas?

Sao para festas e romarias, para dar uns tachos aos amigos, para prendas e cacadas...

Mas em que pais Vexa vive.




Jose Beirao